segunda-feira, 22 de junho de 2009

pretérito (im)perfeito

Eu num sabia escrever, ele não sabia ler. Eu sabia qual era a esquerda, e a direita era a mão que se desenhava. Ele sabia dar laço no cadarço. A gente gostava de yakult no recreio. Ele me dava papel de carta. Eu não deixava falarem mal dele. Ele era sensível. Eu, invocadinha. A gente tirava nota boa. Sem hormônios, a gente se gostava. Um dia, falei que ele era i-n-t-e-l-e-c-t-u-a-l. Primeira briga nossa.


Ele se tornou um padrão pra mim. Entedi que bonito era cabelo amarelo. A Xuxa e ele . Xuxa virou nome do meu jabuti. Ele virou capa do jogo Alquimia.
O jabuti morreu dentro do meu carro num dia quente de verão. E ele...ele se mudou pros Estados Unidos e... nunca mais. Como tinha que ser.