quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Palavra amor

Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço, bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu engalanado som.
Não a empregue sem razão acima de toda a razão ( e é raro).
Não brinque, não experimente, não cometa a loucura sem
remissão de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra
que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.


DrummondAndrade

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mais do mesmo

L'accent grave


Le professeur
Elève Hamlet !

L'élève Hamlet (sursautant)
... Hein... Quoi... Pardon... Qu'est-ce qui se passe... Qu'est-ce qu'il y a... Qu'est-ce que c'est ?...

Le professeur (mécontent)
Vous ne pouvez pas répondre "présent" comme tout le monde ? Pas possible, vous êtes encore dans les nuages.

L'élève Hamlet
Etre ou ne pas être dans les nuages !

Le professeur
Suffit. Pas tant de manières. Et conjuguez-moi le verbe être, comme tout le monde, c'est tout ce que je vous demande.

L'élève Hamlet
To be...

Le professeur
En français, s'il vous plaît, comme tout le monde.

L'élève Hamlet
Bien monsieur. (Il conjugue :)
Je suis ou je ne suis pas
Tu es ou tu n'es pas
Il est ou il n'est pas
Nous sommes ou nous ne sommes pas...

Le professeur (excessivement mécontent)
Mais c'est vous qui n'y êtes pas, mon pauvre ami !

L'élève Hamlet
C'est exact, monsieur le professeur,
Je suis "où" je ne suis pas
Et, dans le fond, hein, à la réflexion,
Etre "où" ne pas être
C'est peut-être aussi la question.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cet amour

Cet amour

Si violent

Si fragile

Si tendre


Si désespéré


Cet amour


Beau comme le jour


Et mauvais comme le temps


Quand le temps est mauvais


Cet amour si vrai


Cet amour si beau


Si heureux


Si joyeux


Et si dérisoire


Tremblant de peur comme un enfant dans le noir


Et si sûr de lui


Comme un homme tranquille au millieu de la nuit


Cet amour qu faisait peur aux autres


Qui les faisait parler


Qui les faisait blêmir


Cet amour guetté


Parce que nous le guettions


Traqué blessé piétiné achevé nié oublié


Parce que nous l’avons traqué blessé piétiné achevé nié oublié


Cet amour tout entier


Si vivant encore


Et tout ensoleillé


C’est le tien


C’est le mien


Celui qui a été


Cette chose toujours nouvelle


Et qui n’a pas changé


Aussi vrai qu’une plante


Aussi tremblante qu’un oiseau


Aussi chaude aussi vivant que l’été


Nous pouvons tous les deux


Aller et revenir


Nous pouvons oublier


Et puis nous rendormir


Nous réveiller souffrir vieillir


Nous endormir encore


Rêver à la mort,


Nous éveiller sourire et rire


Et rajeunir


Notre amour reste là


Têtu comme une bourrique


Vivant comme le désir


Cruel comme la mémoire


Bête comme les regrets


Tendre comme le souvenir


Froid comme le marble


Beau comme le jour


Fragile comme un enfant


Il nous regarde en souriant


Et il nous parle sans rien dire


Et moi je l’écoute en tremblant


Et je crie


Je crie pour toi


Je crie pour moi


Je te supplie


Pour toi pour moi et pour tous ceux qui s’aiment


Et qui se sont aimés


Oui je lui crie


Pour toi pour moi et pour tous les autres


Que je ne connais pas


Reste là


Lá où tu es


Lá où tu étais autrefois


Reste là


Ne bouge pas


Ne t’en va pas


Nous qui sommes aimés


Nous t’avons oublié


Toi ne nous oublie pas


Nous n’avions que toi sur la terre


Ne nous laisse pas devenir froids


Beaucoup plus loin toujours


Et n’importe où


Donne-nous signe de vie


Beaucoup plus tard au coin d’un bois


Dans la forêt de la mémoire


Surgis soudain


Tends-nous la main


Et sauve-nous.








Prévert...pq os aquarianos se entendem.

domingo, 9 de novembro de 2008

SumPaulu

No país do futebol, as estações de metrô homenageiam times! Corinthians-Itaquera é sabido. E o senhor todo orgulhoso pediu pro neto colocar o hino do time como toque de celular. Aí o Pelé foi lá inaugurar o “Santos” da Santos-Imigrantes. Mas a serra a gente não desce de metrô e a Vila Belmiro tá a 70km de distância! Você sabia que a Barra Funda é Palmeiras-Barra Funda? Vão pintar de verde também? Minha amiga cai em SP na estação Tietê. Você tá onde? Onde? Portuguesa? Ah, na placa da escrito Portuguesa-Tietê?! Hum, também não sou daqui....(boa desculpa!)

No país da piada pronta, a avenida Paulista é que nem casamento: começa no Paraíso e acaba na Consolação! Essa nem é tão ruim, vai?! O Brigadeiro ta no meio pra adoçar, e as Clínicas como rehab se nada te consolar!

Com tanto problema, só apelando pra santo. Em um país onde todo mundo (de branco) joga flor no mar no fim do ano, vai na missa por compaixão, exclama “NOSSA SENHORA!”- de Fátima- Sumaré ( E “JESUS!”, “MEU PAI DO CÉU!” “AVE MARIA!”etc) para expressar surpresa, espanto, desprezo...só apelando pra santo. E SÃO PAULO apela mesmo: Santo Amaro, Santa Cecília, São Bento, São Judas, Santa Cruz, São Joaquim, Santana...

Tem festinha na escola das crianças dia 19 de abril, mas depois elas crescem e queimam índio (“mas é que parecia mendigo, poxa!”). Anhangabaú, Jabaquara...

Pedro II, Tiradentes, Marechal Deodoro, Alto do Ipiranga e República. Nossa história é nome de ruas em qualquer canto do país.

Praça da Árvore lembra cidade pequena. Vila das Belezas, Tatu a pé ... simpático.
Mas o que paulista quer mesmo é ter Saúde, Esperança, Luz, Liberdade e...um Carrão. Sensacional!

:)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

S. Beckett

" Existe certo clima moral e certo calendário sentimental cujo instrumento de medida não é solar, mas cardíaco. Para esquecer Albertine, ele deve- como um homem acometido de hemiplegia- esquecer as estações, as estações que foram deles e, como uma criança, reaprendê-las de novo."

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Dia do professor

Homenagem mais do que justa:

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL800062-5604,00-NO+CEARA+PROFESSORA+BUSCA+OS+ALUNOS+EM+CASA+DE+BICICLETA.html



E quanto é mesmo que o Ronaldinho ganha pra nem sequer jogar bola direito?
E quanto é mesmo que tinha na cueca daquele político?

Ahhhhhhhhhhhhh tá!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Tenho mesmo que dizer por que Machado de Assis é único?

"Inclinei os olhos a uma das vertentes, e contemplei, durante um tempo largo, ao longe, através de um nevoeiro, uma cousa única. Imagina tu, leitor, uma reducção dos séculos, e um desfilar de todos eles, as raças todas, todas as paixões, o tumulto dos impérios, a guerra dos apetites e dos ódios, a destruição recíproca dos seres e das cousas. Tal era o espectáculo, acerbo e curioso espectáculo. A história do homem e da terra tinha assim uma intensidade que lhe não podiam dar nem a imaginação nem a ciência, porque a ciência é mais lenta e a imaginação mais vaga, enquanto que o que eu ali via era a condensação viva de todos os tempos. Para descrevê-la seria preciso fixar o relâmpago. Os séculos desfilavam num turbilhão, e, não obstante, porque os olhos do delírio são outros, eu via tudo o que passava diante de mim, -- flagelos e delícias,-- desde essa cousa que se chama glória até essa outra que se chama miséria, e via o amor multiplicando a miséria, e via a miséria agravando a debilidade. Aí vinham a cobiça que devora, a cólera que inflama, a inveja que baba, e a enxada e a pena, úmidas de suor, e a ambição, a fome, a vaidade, a melancolia, a riqueza, o amor, e todos agitavam o homem, como um chocalho, até destruí-lo, como um farrapo. Eram as formas várias de um mal, que ora mordia a víscera, ora mordia o pensamento, e passeiava eternamente as suas vestes de arlequim, em derredor da espécie humana. A dor cedia alguma vez, mas cedia à indiferença, que era um sono sem sonhos, ou ao prazer, que era uma dor bastarda. Então o homem, flagelado e rebelde, corria deante da fatalidade das cousas, atrás de uma figura nebulosa e esquiva, feita de retalhos, um retalho de impalpável, outro de improvável, outro de invisível, cosidos todos a ponto precário, com a agulha da imaginação; e essa figura, -- nada menos que a quimera da felicidade,-- ou lhe fugia perpetuamente, ou deixava-se apanhar pela fralda, e o homem a cingia ao peito, e então ela ria, como um escárneo, e sumia-se, como uma ilusão.

Ao contemplar tanta calamidade, não pude reter um grito de angústia, que Natureza ou Pandora escutou sem protestar nem rir; e não sei por que lei de transtorno cerebral, fui eu que me pus a rir, -- de um riso descompassado e idiota.

-- Tens razão, disse eu, a cousa é divertida e vale a pena, -- talvez monótona -- mas vale a pena."



Memórias Póstumas de Brás Cubas

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

La liste

Aller à un concert
Repeindre ma chambre en vert
Boire de la vodka
Aller chez Ikea
Mettre un décolleté
Louer un meublé
Et puis tout massacrer
Pleurer pour un rien
Acheter un chien
Faire semblant d'avoir mal
Et mettre les voiles
Fumer beaucoup trop
Prendre le métro
Et te prendre en photo
Jeter tout par les fenêtres
T'aimer de tout mon être
Je ne suis bonne qu'à ça
Est ce que ça te déçoit ?
J'ai rien trouvé de mieux à faire
Et ça peut paraître bien ordinaire
Et c'est la liste des choses que je veux faire avec toi

Te faire mourir de rire
Aspirer tes soupirs
M'enfermer tout le jour
Ecrire des mots d'amour
Boire mon café noir
Me lever en retard
Pleurer sur un trottoir
Me serrer sur ton coeur
Pardonner tes erreurs
Jouer de la guitare
Danser sur un comptoir
Remplir un caddie
Avoir une petite fille
Et passer mon permis
Jeter tout par les fenêtres
T'aimer de tout mon être
Je ne suis bonne qu'à ça
Est ce que ça te déçoit ?
J'ai rien trouvé de mieux à faire
Et ça peut paraître bien ordinaire
Et c'est la liste des choses que je veux faire avec toi


Je sais je suis trop naïve
De dresser la liste non exhaustive
De toutes ces choses que je voudrais faire avec toi
T'embrasser partout
S'aimer quand on est saouls
Regarder les infos
Et fumer toujours trop
Eveiller tes soupçons
Te demander pardon
Et te traiter de con
Avoir un peu de spleen
Ecouter Janis Joplin
Te regarder dormir
Me regarder guérir
Faire du vélo à deux
Se dire qu'on est heureux
Emmerder les envieux.

domingo, 3 de agosto de 2008

Vírgula

Com essa história de reforma ortográfica, as pessoas começam a se confundir e discutir pontos que não fazem o menor sentido. Por exemplo, a coitada da vírgula, que tem um cargo de grande responsabilidade, mas vira e mexe é tratada como estagiária.

Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).


Vírgula pode ser uma pausa... ou não:
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro:
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária:
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis...
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões....
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução:
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião:
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.




>>>> E ainda tem uma brincadeirinha:

'*SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.'*

Se você for* mulher*, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
Se você for* homem*, colocou a vírgula
depois de TEM.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Mme. DURAS

Le Coupeur d'eau


C’était un jour d’été, il y a quelques années, dans un village de l’est de la France, trois ans peut-être, ou quatre ans, l’après-midi. Un employé des Eaux est venu couper l’eau chez des gens qui étaient un peu à part, un peu différents des autres, disons, arriérés. Ils habitaient une gare désaffectée- le T.G.V. passait dans la région- que la commune leur avait laissé. L’homme faisait des petits travaux chez les gens du village. Et ils devaient avoir des secours de la mairie. Ils avaient deux enfants, de quatre ans et d’un an et demi.

Devant leur maison, très près, passait cette ligne du T.G.V. C’étaient des gens qui ne pouvaient pas payer leur note de gaz ni d’électricité, ni d’eau. Ils vivaient dans une grande pauvreté. Et un jour, un homme est venu pour couper l’eau dans la gare qu’ils habitaient. Il a vu la femme, silencieuse. Le mari n’était pas là. La femme un peu arriérée avec un enfant de quatre ans et un petit enfant d’un an et demi. L’employé était un homme apparemment comme tous les hommes. Cet homme je l’ai appelé le Coupeur d’eau. Il a vu que c’était le plein été. Il savait que c’était un été très chaud puisqu’il le vivait. Il a vu l’enfant d’un an et demi. On lui avait ordonné de couper l’eau, il l’a fait. Il a respecté son emploi du temps : il a coupé l’eau. Il a laissé la femme sans eau aucune pour baigner les enfants, pour leur donner à boire.

Le soir même, cette femme et son mari ont pris les deux enfants avec eux et sont allés se coucher sur les rails du T.G.V. qui passait devant la gare désaffectée. Ils sont morts ensemble. Cent mètres à faire. Se coucher. Faire tenir les enfants tranquilles. Les endormir peut-être avec des chansons. Le train s’est arrêté dit-on. Voilà, c’est ça l’histoire.

L’employé a parlé. Il a dit qu’il était venu couper l’eau. Il n’a pas dit qu’il avait vu l’enfant, que l’enfant était là avec sa mère. Il a dit qu’elle ne s’était pas défendue, qu’elle ne lui avait pas demandé de laisser l’eau. C’est ça qu’on sait.

Je prends ce récit que je viens de faire et tout d’un coup, j’entends ma voix –Elle n’a rien fait, elle ne s’est pas défendue – C’est ça. On doit le savoir par l’employé des Eaux. Il n’avait pas de raison de ne pas le faire puisqu’elle ne lui a pas demandé de ne pas le faire. Est-ce que c’est ça qu’il faut comprendre ? C’est une histoire qui rend fou.

Je continue. J’essaye de voir. Elle n’a pas dit à l’employé des Eaux qu’il y avait le deux enfants, puisqu’il les voyait, les deux enfants, ni que l’été était chaud, puisqu’il y était, dans l’été chaud. Elle a laissé partir le Coupeur d’eau. Elle est restée seule avec les enfants, un moment, et puis elle est allée au village. Elle est allée dans un bistrot qu’elle connaissait. Dans ce bistrot, on ne sait pas ce qu’elle a dit à la patronne. Je ne sais pas ce qu’elle a dit. Je ne sais pas si la patronne a parlé. Ce qu’on sait, c’est qu’elle n’a pas parlé de la mort. Peut-être lui a-t-elle raconté l’histoire mais elle ne lui a pas dit qu’elle voulait se tuer, tuer ses enfants et son mari et elle-même.

Les journalistes ne sachant pas ce qu’elle avait dit à la patronne du café n’ont pas signalé cet événement. J’entends par « événement » cet instant-là, quand cette est partie de chez elle avec ses deux enfants, après qu’elle eut décidé de la mort de toute la famille, dans un but qu’on ignore, de faire quelque chose, de dire quelque chose, qu’elle avait à faire ou à dire avant de mourir.
Là, je rétablis le silence de l’histoire, entre le moment de la coupure d’eau et le moment où elle est revenue du café. C’est-à-dire que je rétablis la littérature avec son silence profond. C’est ce qui me fait avancer ; c’est ce qui me fait pénétrer dans l’histoire, sans ça, je reste en dehors. Elle aurait pu attendre son mari et lui annoncer la nouvelle de la mort qu’elle avait décidée. Mais non. Elle est allée au village, là-bas, dans ce bistrot.


Si cette femme s’était expliquée, ça ne m’aurait pas intéressée. Christine Villemin qui n’est pas capable deux phrases, elle me passionne, parce qu’elle a ce que cette femme a aussi : la violence insondable. Il y a une conduite instinctive qu’on peut essayer d’explorer, qu’on peut rendre au silence. Rendre au silence une conduite masculine est beaucoup plus difficile, beaucoup plus faux, parce que les hommes, ce n’est pas le silence. Dans les temps anciens, dans les temps reculés, depuis des millénaires, le silence, c’est les femmes. Donc la littérature c’est les femmes. Qu’on y parle d’elles ou qu’elles la fassent, c’est elles.

Donc, cette femme dont on croyait qu’elle ne parlerait pas parce qu’elle ne parlait jamais, elle a dû parler. Elle n’a pas dû parler de sa décision. Non. Elle a dû dire une chose en remplacement de ça, de sa décision et qui, pour elle, en était l’équivalent et qui en resterait l’équivalent pour tous les gens qui apprendraient l’histoire. Peut-être est-ce une phrase sur la chaleur. Elle serait devenue sacrée.

C’est dans ces moments-là que le langage atteint son pouvoir ultime. Quoi qu’elle ai dit à la patronne du bistrot, ses paroles disaient tout. Ces trois mots, les derniers qui précédaient la mise en œuvre de la mort étaient l’équivalent du silence de ces gens pendant leur vie. Ces paroles personne ne les a retenues.

Ca se passe tous les jours comme ça dans la vie, au moment d’un départ, d’une mort, d’un suicide que les gens ne soupçonnent pas. Les gens oublient ce qui a été dit, ce qui a précédé et aurait dû les alerter.


Ils sont allés tous les quatre se coucher sur les rails du T.G.V. devant la gare, chacun un enfant dans les bras, et ils ont attendu le train. Le coupeur d’au n’a eu aucun ennui.

J’ajoute à l’histoire du Coupeur d’eau, que cette femme, -qu’on disait arriérée- savait quand même quelque chose de façon définitive : c’est qu’elle ne pourrait jamais plus, de même qu’elle n’avait jamais pu compter sur quelqu’un pour la sortir de là où elle était avec sa famille. Qu’elle était abandonnée par tous, par toute la société et qu’il ne lui restait qu’une chose à faire, c’était de mourir. Elle le savait. C’est une connaissance terrible, très grave, très profonde qu’elle avait. Donc, même sur l’arriérisme de cette femme, à partir de ce suicide, il faudrait revenir, si on parlait d’elle une fois, ce qu’on ne fera jamais.

C’est sans doute ici pour la dernière fois, que sa mémoire est évoquée. J’allais dire son nom, mais je ne le connais pas. L’affaire a été classée.

Reste dans la tête la soif fraîche et vive d’un enfant dans l’été trop chaud à quelques heures de la mort et la marche en rond de la jeune mère arriérée attendant l’heure.





« La Vie matérielle », POL, 1987.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

Praha

Caí do céu em Nádraží Holešovice. Seguindo instruções do albergue, pego um tram até Dělnická.
No albergue, dou uma nota cujo valor eu mal-entendo.


Dobrý den, Praha!!! E é assim que se diz "Oi" e também "Bom dia" em tcheco. E eu queria porque queria Czech this out, como dizem as camisetas-souvernirs vendidas por lá. (Breeeeeega!)

Antes de ir, tinha conhecido duas pessoas de Praga e as duas sempre foram muito simpáticas. Uma conheci no Brasil e a outra na França. Volto à velha história de quem viaja abre os horizontes e bla bla bla...mas confirmo isso o tempo todo. Os tchecos do albergue também eram muito acolhedores, mas o pessoal que trabalha no aeroporto ou na rodoviária..... uma grosseria sem pena. E não espero que eles sejam poliglotas ou algo do gênero, mas boa-vontade é linguagem universal, não?! Jo!!! (Sim).

Posso estar errada, mas acho que essa é mais um dos fatores que ainda tornam o leste europeu característico. A República Tcheca já virou Europa, já se recuperou da ressaca do comunismo e está virando uma grande cidade como as outras, mas a graça está justamente nos resquícios do que era, na diferença. Garanto, porém, que o clima ainda é outro. A Unesco já garantiu que tanto a parte atiga ( Staré Mesto) quanto a mais nova ( Nové Mesto) permaneçam do jeitinho que estão e você passeia pelo ambiente das obras de Kafka, num contexto um pouco mais calmo que o retratado nos livros. Eu indicaria um roteiro com trilha sonora. Empolgue-se com um Ipod (real ou imaginário) para não ouvir só os barulhos de turistas e perceba o que o atraiu para lá. O rio Vltava é visto de vários pontos da cidade. Ouvindo música clássica, que eles tanto gostam (e porque pra mim, tem tudo a ver com a cidade), escolha a Charles Bridge (ponte principal, com nome em inglês porque em tcheco não facilita muito) para as fotos mais batidas, de dia ou de noite, quando a vista muda, mas continua lindíssima. Ela foi construída em 1342 para substituir outra ponte que foi levada numa enchente. Aliás, Praga sofre há séculos com o descontrolado Vltava - em 2002 o metrô ficou desativado por 6 meses por causa de um período chuvoso.
Passe por uma banca e tente ler um jornal em tcheco (http://www.blesk.cz/)e vá ao Pražský hrad (Castelo de Praga, que é, na verdade, um aglomerado de atrações).







Para complicar um pouquinho, você tem SEIS opções de ingresso (jízdenka) com diferentes combinações entre as atrações. Imperdíveis são: Catedral de St. Vitus



Basílica de St. George:





Golden Lane (onde fica a casinha onde Kafka morou por um ano e agora virou lojinha de souvernirs):





O estilo arquitetônico em Praga? De tudo um pouco: gótico, neo-renascentista, moderno, cubista, medieval. E aquela construção incrível que estampa os guias é a Municipal House:



Com acentos circunflexos de cabeça pra baixo, roupas e cortes de cabelos "interessantes", muita mímica na comunicação, comida boa e barata, Praga tira 60% da sua renda do turismo. Justo, é uma cidade belíssima e com muitas possibilidades e surpresas.

E a quem interessar, tenho uma dica de albergue ótima!!!!



Děkuji, Praha!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Feast of love

There was a story about the Greek gods. They were bored so they invented human beings. But they were still bored, so they invented love. And they weren't bored anymore. So they decided to try love for themselves. And finally, they invented laughter, so they could stand it.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Madame Lispector

" Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preoucupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento."

Clarice

" Que mistério tem Clarice ...pra guardar-se assim tão firme, no coração."

Caetano

domingo, 6 de julho de 2008

Sábio Riobaldo

"Sertão, - se diz-, o senhor querendo procurar, nunca não encontra. De repente, por si, quando a gente não espera, o sertão vem".

"Sertão. Sabe o senhor: sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso."

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Anne


"It's really a wonder that I haven't dropped all my ideals, because they seem so absurd and impossible to carry out. Yet I keep them because in spite of everything I still believe that people are really good at heart. I simply can't build up my hopes on a foundation consisting of confusion, misery and death. I see the world gradually being turned into a wilderness, I hear the ever approaching thunder, which will destroy us too. I can feel the sufferings of millions and yet if I look up into the heavens, I think that it will all come right, that this cruelty too will end and that peace and tranquility will return again." p. 237

"I don't believe that the big men, the politicians and the capitalists alone, are guilty of the war. Oh no, the little man is just as guilty, otherwise the peoples of the world would have risen in revolt long ago! There's in people simply an urge to destroy, an urge to kill, to murder and rage, until all mankind , without exception, undergoes a great change, wars will be waged, everything that has been built up, cultivated, and grown will be destroyed and disfigured, after which mankind will have to begin all over again."p. 201


"La majorité des gens serait-elle aussi égoiste et rapace? Je suis très contente d'avoir un peu approfondi ma connaissance de l'espèce humaine, ici, mais je trouve qu'à présent cela suffit. "
p. 164

"J'entends ces bavardages à longueur de journée, débarquement par-ci, débarquement par-là, des disputes sur la faim, la mort, les bombes, les extincteurs, les sacs de couchage, les cartes d'identité juives, les gaz asphyxiants, etc. Rien de très encourageant. " p. 176

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Au printemps - Maupassant




Lorsque les premiers beaux jours arrivent, que la terre s'éveille et reverdit, que la tiédeur parfumée de l'air nous caresse la peau, entre dans la poitrine, semble pénétrer au cœur lui-même, il nous vient des désirs vagues de bonheurs indéfinis, des envies de courir, d'aller au hasard, de chercher aventure, de boire du printemps.

L'hiver ayant été fort dur l'an dernier, ce besoin d'épanouissement fut, au mois de mai, comme une ivresse qui m'envahit, une poussée de sève débordante.

Or, en m'éveillant un matin, j'aperçus par ma fenêtre, au-dessus des maisons voisines, la grande nappe bleue du ciel tout enflammée de soleil. Les serins accrochés aux fenêtres s'égosillaient; les bonnes chantaient à tous les étages; une rumeur gaie montait de la rue; et je sortis, l'esprit en fête, pour aller je ne sais où.

Les gens qu'on rencontrait souriaient; un souffle de bonheur flottait partout dans la lumière chaude du printemps revenu. On eût dit qu'il y avait sur les villes une brise d'amour répandue; et les jeunes femmes qui passaient en toilette du matin, portant dans les yeux comme une tendresse cachée et une grâce plus molle dans la démarche, m'emplissaient le cœur de trouble.

Sans savoir comment, sans savoir pourquoi, j'arrivai au bord de la Seine. Des bateaux à vapeur filaient vers Suresnes, et il me vint soudain une envie démesurée de courir à travers les bois.

Le pont de la Mouche était couvert de passagers, car le premier soleil vous tire, malgré vous, du logis, et tout le monde remue, va, vient, cause avec le voisin.

C'était une voisine que j'avais : une petite ouvrière, sans doute, avec une grâce toute parisienne, une mignonne tête blonde sous de cheveux bouclés aux tempes; cheveux qui semblaient une lumière frisée, descendaient à l'oreille, couraient jusqu'à la nuque, dansaient au vent, puis devenaient, plus bas, un duvet si fin, si léger, si blond , qu'on le voyait à peine, mais qu'on éprouvait une irrésistible envie de mettre là une foule de baisers.

Sous l'insistance de mon regard, elle tourna la tête vers moi, puis baissa brusquement les yeux, tandis qu'un pli léger, comme un sourire prêt à naître, enfonçant un peu le coin de sa bouche, faisait apparaître aussi là ce fin duvet soyeux et pâle que le soleil dorait un peu. La rivière calme s'élargissait. Une paix chaude planait dans l'atmosphère, et un murmure de vie semblait emplir l'espace. Ma voisine releva les yeux, et, cette fois, comme je la regardais toujours, elle sourit décidément. Elle était charmante ainsi, et dans son regard fuyant mille choses m'apparurent, mille choses ignorées jusqu'ici. J'y vis des profondeurs inconnues, tout le charme des tendresses, toute la poésie que nous rêvons, tout le bonheur que nous cherchons sans fin. Et j'avais un désir fou d'ouvrir les bras, de l'emporter quelque part pour lui murmurer à l'oreille la suave musique des paroles d'amour.

J'allais ouvrir la bouche et l'aborder, quand quelqu'un me toucha l'épaule. Je me retournai, surpris, et j'aperçus un homme d'aspect ordinaire, ni jeune ni vieux, qui me regardait d'un air triste.

"Je voudrais vous parler", dit-il.

Je fis une grimace qu'il vit sans doute, car il ajouta :

" C'est important. "

Je me levai et le suivis à l'autre bout du bateau :

"Monsieur, reprit-il, quand l'hiver approche avec les froids, la pluie et la neige, votre médecin vous dit chaque jour : " Tenez-vous les pieds bien chauds, gardez-vous des refroidissements, des rhumes, des bronchites, des pleurésies. " Alors vous prenez mille précautions, vous portez de la flanelle, des pardessus épais, des gros souliers, ce qui ne vous empêche pas toujours de passer deux mois au lit. Mais quand revient le printemps avec ses feuilles et ses fleurs, ses brises chaudes et amollissantes, ses exhalaisons des champs qui vous apportent des troubles vagues, des attendrissements sans cause, il n'est personne qui vienne vous dire : "Monsieur, prenez garde à l'amour ! Il est embusqué partout; il vous guette à tous les coins; toutes ses ruses sont tendues, toutes ses armes aiguisées, toutes ses perfidies préparées ! Prenez garde à l'amour !... Prenez garde à l'amour ! Il est plus dangereux que le rhume, la bronchite et la pleurésie ! Il ne pardonne pas, et fait commettre à tout le monde des bêtises irréparables. " Oui, monsieur, je dis que, chaque année, le gouvernement devrait faire mettre sur les murs de grandes affiches avec ces mots: " Retour du printemps. Citoyens français, prenez garde à l'amour "; de même qu'on écrit sur la porte des maisons : " Prenez garde à la peinture ! " Eh bien, puisque le gouvernement ne le fait pas, moi je le remplace, et je vous dis : " Prenez garde à l'amour; il est en train de vous pincer, et j'ai le devoir de vous prévenir comme on prévient, en Russie, un passant dont le nez gèle. "

Je demeurai stupéfait devant cet étrange particulier, et, prenant un air digne : "Enfin, monsieur, vous me paraissez vous mêler de ce qui ne vous regarde guère."

Il fit un mouvement brusque, et répondit : " Oh! monsieur ! monsieur ! si je m'aperçois qu'un homme va se noyer dans un endroit dangereux, il faut donc le laisser périr ? Tenez, écoutez mon histoire, et vous comprendrez pourquoi j'ose vous parler ainsi.

"C'était l'an dernier, à pareille époque. Je dois vous dire, d'abord, monsieur, que je suis employé au ministère de la Marine, où nos chefs, les commissaires, prennent au sérieux leurs galons d'officiers plumitifs pour nous traiter comme des gabiers. - Ah! si tous les chefs étaient civils - mais je passe. - Donc j'apercevais de mon bureau un petit bout de ciel tout bleu où volaient des hirondelles; et il me venait des envies de danser au milieu de mes cartons noirs.

"Mon désir de liberté grandit tellement, que, malgré ma répugnance, j'allai trouver mon singe. C'était un petit grincheux toujours en colère. Je me dis malade. Il me regarda dans le nez et cria : " Je n'en crois rien, monsieur. Enfin, allez-vous-en ! Pensez-vous qu'un bureau peut marcher avec des employés pareils ? "

"Mais je filai, je gagnai la Seine. Il faisait un temps comme aujourd'hui; et je pris la Mouche pour faire un tour à Saint-Cloud.

"Ah! monsieur! comme mon chef aurait dû m'en refuser la permission!

"Il me sembla que je me dilatais sous le soleil. J'aimais tout, le bateau, la rivière, les arbres, les maisons, mes voisins, tout. J'avais envie d'embrasser quelque chose, n'importe quoi : c'était l'amour qui préparait son piège.

"Tout à coup, au Trocadéro, une jeune fille monta avec un petit paquet à la main, et elle s'assit en face de moi.

"Elle était jolie, oui, monsieur; mais c'est étonnant comme les femmes vous semblent mieux quand il fait beau, au premier printemps : elles ont un capiteux, un charme, un je ne sais quoi tout particulier. C'est absolument comme du vin qu'on boit après le fromage.

"Je la regardais, et elle aussi elle me regardait - mais seulement de temps en temps, comme la vôtre tout à l'heure. Enfin, à force de nous considérer, il me sembla que nous nous connaissions assez pour entamer conversation et je lui parlai. Elle répondit. Elle était gentille comme tout, décidément. Elle me grisait, mon cher monsieur!

"A Saint-Cloud, elle descendit - je la suivis. - Elle allait livrer une commande. Quand elle reparut, le bateau venait de partir. Je me mis à marcher à côté d'elle, et la douceur de l'air nous arrachait des soupirs à tous les deux.

" - Il ferait bien bon dans les bois ", lui dis-je.

" Elle répondit : "Ah! oui!

" - Si nous allions y faire un tour, voulez-vous, mademoiselle? "

"Elle me guetta en dessous d'un coup d'oeil rapide comme pour bien apprécier ce que je valais, puis, après avoir hésité quelque temps, elle accepta. Et nous voilà côte à côte au milieu des arbres. Sous le feuillage un peu grêle encore, l'herbe, haute, drue, d'un vert luisant, comme vernie, était inondée de soleil et pleine de petites bêtes qui s'aiment aussi. On entendait partout des chants d'oiseaux. Alors ma compagne se mit à courir en gambadant, enivrée d'air et d'effluves champêtres. Et moi je courais derrière en sautant comme elle. Est-on bête, monsieur, par moments!

"Puis elle chanta éperdument mille choses, des airs d'opéra, la chanson de Musette ! La chanson de Musette! comme elle me sembla poétique alors ! ... Je pleurais presque. Oh! ce sont toutes ces balivernes-là qui nous troublent la tête; ne prenez jamais, croyez-moi, une femme qui chante à la campagne, surtout si elle chante la chanson de Musette !

" Elle fut bientôt fatiguée et s'assit sur un talus vert. Moi, je me mis à ses pieds, et je lui saisis les mains, ses petites mains poivrées de coups d'aiguille; et cela m'attendrit. Je me disais : " Voici les saintes marques du travail. " Oh! monsieur, monsieur, savez-vous ce qu'elles signifient, les saintes marques du travail ? Elles veulent dire les commérages de l'atelier, les polissonneries chuchotées, l'esprit souillé par toutes les ordures racontées, la chasteté perdue, toute la sottise des bavardages, toute l'étroitesse des idées propres aux femmes du commun, installées souverainement dans celle qui porte au bout des doigts les saintes marques du travail.

"Puis nous nous sommes regardés dans les yeux longuement.

"Oh! cet oeil de la femme, quelle puissance il a ! Comme il trouble, envahit, possède, domine, Comme il semble profond, plein de promesses, d'infini ! On appelle cela se regarder dans l'âme ! Oh ! monsieur, quelle blague ! Si l'on y voyait, dans l'âme, on serait plus sage, allez.

"Enfin, j'étais emballé, fou. Je voulus la prendre dans mes bras. Elle me dit : " A bas les pattes! "

"Alors je m'agenouillai près d'elle, j'ouvris mon cœur ; je versai sur ses genoux toutes les tendresses qui m'étouffaient. Elle parut étonnée de mon changement d'allure, et me considéra d'un regard oblique comme si elle se fût dit : " Ah! c'est comme ça qu'on joue de toi, bon bon ; et bien : nous allons voir. "

"En amour, monsieur, nous sommes toujours des naïfs, et les femmes des commerçantes.

"J'aurais pu la posséder sans doute; j'ai compris plus tard ma sottise, mais ce que je cherchais, moi, ce n'était pas un corps; c'était de la tendresse, de l'idéal, j'ai fait du sentiment quand j'aurais dû mieux employer mon temps.

"Dès qu'elle en eut assez de mes déclarations, elle se leva ; et nous revînmes à Saint-Cloud. Je ne la quittai qu'à Paris. Elle avait l'air si triste depuis notre retour que je l'interrogeai. Elle répondit : "Je pense que voilà des journées comme on n'en a pas beaucoup dans sa vie. " Mon cœur battait à me défoncer la poitrine.

" Je la revis le dimanche suivant, et encore le dimanche après, et tous les autres dimanches. Je l'emmenai à Bougival, Saint-Germain, Maisons-Laffitte, Poissy ; partout où se déroulent les amours de banlieue.

"La petite coquine, à son tour, me " la faisait à la passion. "

"Je perdis enfin tout à fait la tête, et, trois mois après, je l'épousai.

"Que voulez-vous, monsieur, on est employé, seul, sans famille, sans conseils ! On se dit que la vie serait douce avec une femme ! Et on l'épouse, cette femme !

"Alors elle vous injurie du matin au soir, ne comprend rien, ne sait rien, jacasse sans fin, chante à tue-tête la chanson de Musette (oh! la chanson de Musette, quelle scie !), se bat avec le charbonnier, raconte à la concierge les intimités de son ménage, confie à la bonne du voisin tous les secrets de l'alcôve, débine son mari chez les fournisseurs, et a la tête farcie d'histoires si stupides, de croyances si idiotes, d'opinions si grotesques, de préjugés si prodigieux, que je pleure de découragement, monsieur, toutes les fois que je cause avec elle. "

Il se tut, un peu essoufflé et très ému. Je le regardais, pris de pitié pour ce pauvre diable naïf, et j'allais lui répondre quelque chose, quand le bateau s'arrêta. On arrivait à Saint-Cloud.

La petite femme qui m'avait troublé se leva pour descendre. Elle passa près de moi en me jetant un coup d'oeil de côté avec un sourire furtif, un de ces sourires qui vous affolent ; puis elle sauta sur le ponton. Je m'élançai pour la suivre, mais mon voisin me saisit par la manche. Je me dégageai d'un mouvement brusque; il m'empoigna par les pans de ma redingote, et il me tirait en arrière en répétant : "Vous n'irez pas ! vous n'irez pas ! " d'une voix si haute, que tout le monde se retourna.

Un rire courut autour de nous, et je demeurai immobile, furieux, mais sans audace devant le ridicule et le scandale.

Et le bateau repartit.

La petite femme, restée sur le ponton, me regardait m'éloigner d'un air désappointé, tandis que mon persécuteur me soufflait dans l'oreille en se frottant les mains :

" Je vous ai rendu là un rude service, allez. "


mai 1881

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vem cá, deixa eu te apresentar a Eleonora...


I'm a new soul I came to this strange world hoping I could learn a bit about how to give and take.

But since I came here felt the joy and the fear finding myself making every possible mistake.

I'm a young soul in this very strange world hoping I could learn a bit about what is true and fake.

But why all this hate?
Try to communicate finding just that love is not always easy to make.



sexta-feira, 11 de abril de 2008

Amizade

« L`amitié est une religion sans Dieu ni jugement dernier. Sans diable non plus. Une religion qui n’est pas étrangère à l’amour. Mais un amour où la guerre et la haine sont proscrites, où le silence est possible. Ce pourrait être l’état idéal de l’existence. Un état apaisant. Un lien nécessaire et rare. »


Caiu sem querer na minha mão esse tal de Tahar Ben Jelloun. Sabe aquela coisa de “entrega pra fulano pra mim”?! Não resisti e comecei a ler! E aaaai, não consegui parar! O tal do marroquino é muito bom! Leitura fácil, mais que faz pensar. “(...) Enfin, les rares fois où nos avons abordé les problèmes de l’écriture, il m’a donné un seul conseil : en écrivant pense au lecteur, sois simple. Il m’appris que la simplicité était le signe de la maturité. » E eu concordo, a simplicidade pode sim ser um sinal de maturidade. E com essa maturidade esse escritor que ganhou o Prix Goncourt (que nem sempre agrada...assim como o Oscar – só que de literatura, claro) escreveu um texto lindo sobre as amizades ( ou ilusões) que teve ao longo da vida.


E fiquei eu pensando nas pessoas que passam pela minha vida e que por algum momento eu chamei de amigos. Como Ben Jalloun mesmo disse, a palavra amizade foi banalizada. Apresentamos pessoas conhecidas como amigos e quando vamos ver, descobrimos que são simplesmente colegas que achamos simpáticos. Acabamos chamando de amizade relações superficiais, leves e sem consequências. No entanto, algumas valem a pena...menos ou mais. Certas pessoas podem fazer a diferença nem que seja por alguns minutos de papo na balada enquanto você se perdeu dos amigos.


Posso dizer que tenho amigos sensacionais. Incrivelmente diferentes. Apaixonantes e irritantes ao mesmo tempo.


Conheci a M quando ainda brincar era nosso prazer e obrigação, porque o resto os outros faziam pela gente (até o banho era só aquele monte de brinquedo na água!). Acho que foi amizade à primeira vista. O tempo foi passando e eu não vivia mais sem ela. Era M de segunda a sexta na escola ( e depois dela), no sábado e no domingo na casa de uma ou da outra. Ela me mostrou que era fácil andar de ônibus em Santos e que valia a pena pegar o 19 e ir pra casa dela quando meus pais não pudessem me levar. Valia a pena ficar sem fazer nada com ela, só rindo e falando besteira. A gente se dava muito bem, pensava parecido. Estudávamos para todas as provas, fazíamos todos os trabalhos (juntas, porque dava certo...como eu não consigo mais direito fazer acontecer com outras pessoas!) e conhecemos Monet juntas, no meio das brincadeiras e das madrugadas conversando. Ela acabava dormindo, mas isso nunca me incomodou. Ah, a gente também adorava passar trote juntas. Hooooras de trote e dor de barriga de tanta risada. Ela também tinha casa na praia. E foi lá, com a família dela dormindo no mesmo quarto que a gente que descobrimos que eu falo (berro, converso, dou risada...) durante a noite. O pai dela, coitado, achou que tinha uma barata no quarto e foi buscar até veneno. Ela era boa, generosa e sabia perdoar (coisa que eu, sempre muito bravinha, não conseguia fazer...e por isso amava essa menina mais ainda!) Quando a gente começou a se interessar por meninos ( e não mais pelo Leonardo Di Capprio!), fazíamos planos, queríamos casar com o tal...e no dia seguinte (ou no próximo domingo no Mc Donalds encontrando gente da Internet).... nome novo na agenda (diário)! O tempo passou rápido, deixamos de estudar juntas e nos tornamos pessoas diferentes. Brincar agora, só com o filho dela!


Nas férias entre o fim do ginásio e a entrada no colegial, reencontrei a C. A gente tinha feito patinação juntas e nunca tínhamos nos aproximado muito, mas eu lembrava que ela tinha duas irmãs. Uma era morena igualzinha a ela, e a outra era loira, diferente. A gente também já tinha jogado handball juntas, mas em times opostos. E eu lembro que ela jogava de keds! Hoje entendo que a C não tinha mesmo a ver com o handball. Ela sempre foi uma bonequinha, meiguinha, educada. E ela era parecida com a Alanis Morissette. E eu AMAVA a Alanis (mais as músicas, pq a cantora em si sempre foi meio xaropona, neh:!). E essas férias foram intensas, C todo dia! As duas estavam passando por um momento com leves decepções ( com aquelas colegas que, trouxas, passamos a chamar de amigas!) e foi um reencontro muito gostoso, muito alegre, muito saudável. Ela não sabe, mas foi ela que me ensinou a falar “eu te amo” para as amigas. Com ela, é sempre assim que a gente se despede nos emails, nas mensagens! E eu acho mais gostoso ainda porque ela não fala isso pra quase ninguém. Ela é uma pessoa muito peculiar. A gente brinca que ela fica sempre no mundinho dela...e quando sai, não entende a piada e ainda pergunta se peixe pisca! Tem como não gostar? Fora que uma vez, ela me escreveu um email enorme contando que gostava de um menino ( e toda aquela animação adolescente!) e....esqueceu de escrever de quem era! Ai, isso é tão C!!!!!! E eu gosto tanto dela....


A minha mãe conheceu a melhor amiga dela na faculdade. Virou minha madrinha. E era isso que eu ouvia quando ficava triste com alguma amiga da escola (sim, porque criança custa a enxergar falsidade, neh:!). E quando eu entrei na faculdade, encontrei uma pessoa que usava Swatch que nem eu e que tinha feito intercâmbio pra onde eu pensava em fazer. Amizade à primeira vista, sem dúvida também! A é aquela pessoa que você vai descobrindo e vai se apaixonando. E entre nós, há uma química forte. A gente simplesmente se entende. Olhamos uma pra outra e damos risada. Fazemos caras, bocas e inventamos palavras. Ela topou começar a escrever um dicionário com as besteiras que a gente inventa...que não saiu do papel, claro. Porque também somos preguiçosas juntas. Adoramos ir ao cinema, alugar vídeo e ler. E fazemos isso muito juntas no final de semana. Ela não come carne e quando eu digo pra ela que acho isso um saco, ela diz: “ e você, que não come milho?” E, como sempre, caímos na gargalhada. Também adoramos falar mal dos outros. Aliás, de quase todos. E também brigamos juntas com quem pisa no nosso calo. E depois comentamos quando encontramos as odiadas e alguém vira a cara. Além disso, ela tem uma irmã que não parece com ela, mas sim comigo! E assim, elas me acolhem na casa delas com carinho de família mesmo. É do tipo de gente que te dá tanto ( carinho, comida, caronas...), que você não consegue dar de volta e aceita porque sabe que é honestamente de coração. E a gente se dá tão bem que trocamos nossa formatura por uma viagem juntas, que aliás vai acontecer mês que vem e vai ser simplesmente incrível!!!!!!!



Resolvi vir pra Lyon e pronto. Não conhecia ninguém que vinha e essa era a última das minhas preocupações. Ainda bem, porque ía ser uma perda de tempo e de energia. Acabei encontrando antes mesmo de vir gente que viria também. E vamos ver no que dá, né?! Uma das meninas que vinha me disse que a R também estudaria em Lyon. A R era da Letras e eu fui ver quem era. “Oi, você também vai pra Lyon?” E a resposta “Aham. Allons-y!” Veio com um sorriso (como agora eu sei que não poderia deixar de ser), mas foi só isso...ela virou as costas e foi embora. Como assim???? Vim pra Lyon sem fazer questão de encontrar essa tal de R. Mas um dia nos encontramos do outro lado do Atlântico, morando na mesma residência. E tudo começou a mudar. E começamos a nos ver todo dia, e almoçar e jantar juntas , e conversar bastante...e rir bastante! Descobri que rimos muito, nós duas, de quase tudo. Até das tragédias, nossas e dos outros também. A gente se entende, mas não concorda muito. Já virou até piada, mas a verdade é que quanto à música, cinema, literatura e agora métodos de ensino de francês....a gente simplesmente não concorda em nada! Até facilita porque se eu vou dar um presente pra ela, vou achar aquele livro que eu odieiiii e dou junto com aquele cd de música que eu detestaria ganhar! A gente se conhece a pouco tempo e ela não se abre muito fácil. Agora eu já sei como os pais dela se conheceram, mas ainda acho que temos que comer muitos risotos (dela, claro!) pra muita conversa rolar. E se o papo for alegre, muito que bem. Se for triste, ela não vai embora. Aliás, precisando, ela sai do supermercado correndo e chega na sua casa com vinho e brownie pra te ouvir e, se possível, te alegrar. É, essa R me enganou direitinho dando uma de metida ( que agora eu sei que era somente apressada!). E pra terminar com chave de ouro, ela escreve lindamente! Será que ela não gosta do que ela escreve??????



Lyon também me apresentou a P, que é uma jornalista e tanto e que fala “topo muito” quando eu to achando que vou ter que ir sozinha. A gente adora trocar dicas, notícias que a gente leu, fofocas, blogs. E ela conhece um monte de coisa (principalmente música – ela fez nosso grupo ganhar um quizz!!!!) e sempre acrescenta alguma coisa no meu dia. Ela tira mais foto que eu e, se deixar, fica se divertindo na auto-foto durante horas! Estuda mais que todo mundo, e eu acho que ela não tem noção do quanto sabe e do quanto pode. E do quanto já É! Mas essa é uma das razões pelas quais eu admiro tanto a P! E viajar com ela é tão mais fácil, porque ela tem noção e se orienta bem pelo mapa! Ela é tudo isso e também é meiga, gosta dos sinos da Fourvière e me disse uma vez ( e eu nunca que vou me esquecer!) que, além desses sinos, eu (euzinha!) fui uma das melhores surpresas de Lyon. Posso com uma dessa?? Além disso ela é a rainha da capirinha e faz um brigadeiro delicioso. Fora que foi ela que abriu a porta prum senhor idoso (o famoso “senil”! – alooou, desssculpa, aloooou) que ficou no nosso albergue em Lisboa quando ele foi ao banheiro durante a noite e esqueceu a chave dentro do quarto! Ah, e foi ela tbm que viu esse mesmo senhor –preparem-se, é disgusting:!- coçar o seu idoso bumbum quando estávamos dentro do quarto com ele!!!! Ela disse que vai querer saber de mim depois que essa viagem acabar. Eu já respondi que ela não tem escolha! Fora que a família dela abriu uma pastelaria em Sp..hummm! É P, ninguém mandou me dar um abraço verdadeiro, agora grudei!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Madri

Com ou sem greve, depois de muito ou pouco estudo, chegaram as férias!!!! E férias é palavra sagrada em qualquer lugar do mundo, né? E estando nesse continente onde se vai de um país ao outro com companhia aérea low-cost por menos de 20 euros, eu que não ía bobear, né? Afinal, na verdade estou fazendo um mochilão com base em Lyon! Hahaha!


16 de janeiro, chego no aeroporto de Lyon e anunciam a última chamada pro vôo Lyon-Manchester. So sorry, mas dessa vez eu vou atrás do sol!!!! E de tarde estava eu desembarcando em Barajas, MADRI!!!!!!!!!!!!!!! Depois de conhecer Barcelona em agosto, Madri ficou na lista da vontade! Mas o ânimo e a ansiedade em relação à Madri estavam mais na companhia que eu teria. E que delícia foi chegar no albergue ( que se chamava Mucho Madrid! Hahaha) e ter uma cartinha do meu irmão me esperando!!!! Família é família, poupo comentários!


Madri já me animou, aeroporto com acesso a metrô, tudo tranquilo, vários “I”s de informação. Chego na Gran Vía (onde era o albergue) e aquele monte de gente, de loja, 10 graus agradabilíssimos, hum....ta ficando bom. O albergue ficava no sétimo andar de um prédio e um casal de senhores me abre a porta do que eu acho que era a casa deles com um sorriso e um Hola! Ah, a França é linda, mas a quota dos sorrisos é baixa demais! Depois da cartinha do Lê dizendo que me encontrava mais tarde (foi fazer estágio no Real Madrid, pq ele eh top demaissss!), fui passear, aproveitei pra ver as rebajas do El Corte Ingles (pq de ingles eu gosto!) e....tomar vitamina ao som de Julieta Venegas, que eu tbm adoro!!!!!!!!!!!!!!!!! Pois é, eu sou facinha e Madri já me ganhou na primeira noite com um simples copo de mamão, laranja e banana! Ai ai ai, essa peninsula ibérica é uma loucura!


Bom, os 3 dias em Madri foram intensos ( viajar com o Leonardo é assim, bem!), com aquela luz do sol de inverno que me fez querer voltar tbm no verão. E como viagens são escolhas, as nossas foram uma mistura do óbvio necessário com boa dose de passeio a pé. E assim foi Plaza Mayor, Puerta del sol ( adorei o El oso y el madroño, símbolo da cidade), Palacio Real, Catedral de Almudena, Palacio de Cristal, Parque del buen retiro (pois é!).....além da estátua do Dom Quixote e do Sancho Pança (que depois reencontramos no albergue em Lisboa, né Pati e Rita?), da paella, da simpatia do povo, daquele sotaque gostoso....! Nao pq eu gosto de contrariar, mas sim pq eu sou honesta, o meu museu top em Madri nao foi o Prado, mas sim o Thyssen-Bornemisza, como a Pati, que me conhece, já tinha imaginado. Adorei!!! Apesar do meu restrito conhecimento sobre o assunto, nessa área os franceses tem toda minha paixão. Os impressionistas, pós-impressionistas, fauvistas, enfim, aquele grupinho é óóótemo!!! E deixando a humiRdade de lado, ver os originais de pertinho....não há real, euro, libras que paguem!!!!!!! E sabe qual é a verdade? A gente tem que ver de tudo pra poder dizer do que gosta e do que não gosta! E não é vergonha ou estupidez dizer que achei o Prado um pouco cansativo pq não me interesso tanto pelas pinturas negras do Goya! Mas me diverti com um quadro que deve passar batido para os críticos de arte, no qual há uma pequena moçoila bastante rechonchuda e de beleza discutível, chamado...A MONSTRA! Hahahaha! E logo em seguida, A Monstra NUA!!!!!!!! Hahahahaha! É, consigo debochar até dos pintores do Prado....a idade não me trouxe seriedade!! Que bom!!!!!!!!!!!!!!!!!


Na lista das escolhas feitas, os excluídos foram: Museu Reina Sofia ( lo siento, Picasso!), churros (sinto muitissimo, Eleonora!) e touradas (não sinto nem um pouco!!). Também não rolou a siesta ( só tinha 3 dias para ver tudo!!), nem uma balada até de manhã como os madrileños sabem fazer. E na lista dos momentos “excluíveis” da viagem estão o chuveiro com pouca água e esta sendo relativamente fria do albergue e a clássica tentativa de umas madrileñas safadas de roubar coisas da sua mochila fingindo estar vendo um mapa!


Madri é Espanha. Espanha é muito bom. Logo, Madri é bom demais!!! Ah, e por sinal, acreditem ou não, mas uma francesa da minha sala teve a coragem de perguntar pra professora o que era um silogismo!!!!!! E pior ainda, depois que a prof exemplificou, a cara da menina continuou no com um ponto de interrogação!! Ai ai ai, besta quadrada tem em qualquer lugar do mundo, né:! Mas pra terminar a conclusão é: prefiro Barcelona...de longe! Aquela praia e o Gaudi me conquistaram!!!!


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O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914